❤ Por Gabi Ramos
Existe muito interesse no processo de produção da cerveja. É até fácil encontrar blogs e artigos sobre isso, mas poucas pessoas conhecem de perto quem faz! E essa foi nossa ideia, trazer pra vocês um pouco de histórias e curiosidades de alguns amigos cervejeiros.
Buscando sempre agregar mais conhecimento, incentivar quem está começando e quem está decidindo qual o próximo passo que vai dar.
Espero que vocês gostem!
Nome
Tarsis Santos Patini
Formação
Bacharel em Química pela UEL, técnico cervejeiro pelo SENAI- Vassouras, cervejeiro artesanal, sommelier de cervejas pelo ICB, mestre em estilos pelo ICB (rsrs, nessa ordem cronológica mesmo).
O que faz e o que já fez
Atualmente sou um dos cervejeiros da Cervejaria Premium Paulista (CEPP), lar da Cerveja Madalena; Já trabelhei como cervejeiro responsável pela Cervejaria Theodora, um brewpub em Santo André.
Como começou sua história com a cerveja?
Essa história é um pouco longa, mas vale a pena! Tudo começou em 2007, meu primeiro ano da faculdade, tinha acabado de me mudar para Londrina, e morava em um condomínio universitário ao lado da faculdade. No mesmo mês em que me mudei, abriu um bar em frente o prédio que eu morava, um bar/restaurante familiar, e aos finais de semana serviam almoço (churrasco) e era muito barato, na algo em torno de R$5,00 a vontade, e sempre tinha algumas duplas sertanejas que tocavam, o que fazia ter disputa pra conseguir um lugar para sentar e almoçar.
Me lembro como se fosse hoje, um domingo muito quente, e como eu tinha amizade com o dono do bar, cheguei atrasado, peguei uma mesa e sentei mais afastado do bar, sempre tomando cerveja, claro, foi aí que percebi, olhei pra todas as mesas, e em todas tinha cerveja, nessa hora que resolvi juntar o útil ao agradável, já que estudava Química, e essa parte de bebidas estava dentro da minha área, decidi que queria trabalhar com cerveja neste dia, e a partir daí comecei a procurar cursos, pós graduação nessa área, e foi quando encontrei o curso do SENAI. Passaram os anos, me formei e voltei para São Paulo, tentei arrumar emprego em qualquer área relacionada a minha formação e não consegui nada (Graças a Deus!). Foi então que voltei pra Londrina para buscar meu diploma, e um amigo conversou comigo sobre aquele curso de cerveja do Rio de Janeiro, que até então eu tinha esquecido e fomos atrás de data para inscrição e tudo mais. Na época, eu estava desempregado, sem dinheiro, mas quando tudo conspira ao seu favor, fica difícil não dar certo! Uns meses antes, uma tia-avó minha faleceu, ela não teve filhos, e deixou a herança para os sobrinhos… acabei recebendo minha parte, e quando fui perceber, era exatamente o valor do curso de cervejeiro do SENAI, não tive dúvidas e entrei de cabeça nesse mundo da cerveja! Mesmo sem ter nenhum conhecimento sobre a cerveja, produção, etc. Digo que foi um tiro no escuro que eu dei, e que acabei acertando na mosca!!
Você fez o curso técnico em cervejaria no SENAI/RJ, qual a importância disso pra sua carreira?
O curso técnico do SENAI foi fundamental para eu me tornar o profissional que sou hoje! O curso é bem dividido, professores com muita vivência na área, sem contar a infra estrutura que impressiona qualquer um. Por ser voltado para industria de grande porte, a carga de conhecimento prático e teórico é muito boa, não deixando a desejar.
Dentre os estilos que você produz hoje na cervejaria, existe um que seja seu xodó?
Eu gosto muito de produzir IPA, assim que entre na CEPP me deram a missão de desenvolver uma IPA para o portfólio da cervejaria, e por ser minha primeira cria aqui, gosto muito de produzi-la, sem contar o aroma maravilhoso que fica na cervejaria quando faço a adição dos lúpulos na fervura!
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Qual a cerveja que te cativou? O que fez você realmente se interessar pelas cervejas especiais?
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A cerveja que me cativou é a Schneider-Weisse Tap X, uma cerveja de tirar o chapéu para os alemães
O que me fez interessar pelas cervejas artesanais, é poder fazer a cerveja como ela tem que ser, sem adição de químicos, estabilizantes, respeitando o tempo dela, o resultado é muito satisfatório.
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Qual a cerveja que não pode faltar na sua geladeira?
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Uma cerveja que não falta na minha geladeira, é a Ballast Point Sculpin, acho uma cerveja sensacional!!
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Você falou pra gente que fez o caminho inverso da maioria das pessoas, começou a trabalhar em uma cervejaria pra só depois passar a produzir em casa. Qual a sua mensagem pra quem está começando hoje?
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Muito estudo!! Comece por levas menores, no inicio podem acontecer alguns erros de processo, mas não deixe isso desencorajar para a próxima produção. Conversem bastante com quem também produz em casa, troquem informações, assim todos crescem juntos!